quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Projeto de inclusão social da Penitenciária de Maringá é premiado

Justiça

O projeto Visão de Liberdade, desenvolvido por presos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), ganhou na terça-feira (22) o Prêmio de Tecnologia Social 2011 da Fundação Banco do Brasil, na categoria Região Sul. O prêmio é de R$ 80 mil. A sexta edição da premiação teve 1.116 iniciativas inscritas, das quais 27 chegaram à final. Todos os finalistas foram certificados como projetos com potencial de reaplicação em outros contextos sociais, por promoverem a inclusão e o desenvolvimento social.

Graças ao projeto da PEM, cerca de 1.600 cegos do Paraná têm condições de receber materiais didáticos adequados às suas necessidades especiais.

Os presos digitam livros e apostilas que são impressos em braile, gravam materiais em estúdio e produzem mapas e maquetes em relevo. Os cerca de 22 mil itens produzidos pelos detentos são encaminhados a toda a rede pública de ensino do Paraná, bibliotecas de todo o Brasil e até para a Biblioteca Nacional de Lisboa.

O Visão de Liberdade é uma parceria das secretarias da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (por meio da PEM e do Conselho Comunitário de Segurança de Maringá – Conseg) e da Educação (através do Centro de Apoio Pedagógico às Pessoas com Deficiência Visual – CAP).

Os presos participantes recebem o pecúlio pelas tarefas realizadas e são beneficiados pela redução da pena em um dia para cada três trabalhados. “O projeto oferece aos educandos o acesso às diversas literaturas e o aprimoramento de habilidades táteis para a compreensão do desenho em relevo. Também proporciona a inclusão social dos internos da PEM, que encontram nessa atividade o fortalecimento de sua autoestima”, disse o diretor da unidade, Luciano Marcelo Simões de Brito.

HISTÓRICO – Em 2004, a Coordenação do CAP apresentou uma preocupação com a baixa produção de material em braile para atender os cegos nos 119 municípios da região de Maringá. Como a PEM já desenvolvia trabalhos de alcance social (como a restauração de livros para a universidade pública local e a plantação de um viveiro de mudas para as matas ciliares), foi possível atender a necessidade dos deficientes visuais, utilizando presos que já frequentaram cursos de informática na unidade prisional.
 
Fonte: AEN

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