segunda-feira, 7 de março de 2011

Bom Exemplo: Projeto Maria Marias completa cinco (ES)


Cinco anos de mulheres reinseridas na sociedade e no mercado de trabalho com capacitação profissional. Este é o saldo do projeto “Maria Marias”, criado em 2006 pela Secretaria de Estado da Justiça, em parceria com o Ministério da Justiça, o Sistema S (Sesi, Senai, Senac) e o Sebrae. Neste período, mais de 1.500 mulheres em privação de liberdade tiveram a oportunidade de aprender uma profissão e desenvolver seu lado empreendedor. Tudo isso, dentro de duas unidades prisionais do Espírito Santo.


Quando iniciado na Penitenciária Estadual Feminina, em Tucum, no município de Cariacica, o “Maria Marias” identificou a triste realidade vivida pelas mulheres: sem formação educacional básica e envolvidas em conflitos familiares, muitas foram cooptadas pelo tráfico para sustentar os filhos. Os dados comprovam o crescimento neste período: em 2006, 481 mulheres estavam presas no Estado; em 2010, o número chegou a 1.193. Em 75% dos casos, um dos crimes cometidos é o tráfico de drogas.


Empreendedorismo

A partir do perfil das mulheres presas, a Diretoria de Ressocialização do Sistema Penal identificou quais ferramentas deveriam ser utilizadas no tratamento penal. “Eram mulheres jovens, mães de mais de um filho, mas que nunca tinham trabalhado”, lembra a diretora de Ressocialização, Quésia da Cunha Oliveira. “Vimos a necessidade de trabalhar a capacitação com um foco: o empreendedorismo”, pontua.

Para o secretário de Estado da Justiça, Ângelo Roncalli de Ramos Barros, a oferta de cursos profissionalizantes é essencial para o fortalecimento das mulheres na vida fora do sistema prisional. “A mulher sem uma atividade produtiva se torna frágil no meio social e pode acabar voltando para o crime, sendo mais uma vez instrumento do tráfico. Trabalhamos sempre para fortalecê-las, com cursos que possam gerar uma fonte de renda autônoma no futuro”, enfatiza o secretário.

Em cinco anos, foram oferecidos cursos de manicure, pedicure, costura industrial, confeitaria, doceira, salgadeira, escova, corte de cabelo, entre outros. “São aulas ministradas por instituições reconhecidas nacionalmente, como o Senac e o Senai. As mulheres depois podem desenvolvê-las na ambiência do lar”, explica a diretor de Ressocialização. “Em alguns cursos, como o de manicure, compramos kits - para distribuir no momento da soltura - com o equipamento necessário para fazerem unha”, revela.

Aprovação

O projeto “Maria Marias” se tornou referência nacional na ressocialização de mulheres. Em visita ao Estado para avaliação do projeto, o coordenador de Assistência Jurídica, Social e à Saúde do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Railander Quintão de Figueiredo, elogiou o que viu. “Já tínhamos boas notícias do Espírito Santo, mas conferindo o trabalho, pude perceber que conquistaram um grande avanço no tratamento dessas mulheres. Vejo empenho dos servidores na solução dos problemas, trabalhando de forma interativa, para melhorar a vida dessas pessoas custodiadas, que chegam aqui com a vida sofrida e precisam de assistência”, argumentou o coordenador.

Em apresentação no Congresso da Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto também recebeu elogios, lembra a diretora de Ressocialização. “Também apresentamos o trabalho no Congresso Nacional de Administração Pública e, no Espírito Santo, vencemos o Prêmio Inoves de 2007, na categoria ‘Inclusão Social’”, comenta orgulhosa. O maior troféu, porém, está nos relatos de pessoas transformadas por meio da educação e do trabalho.

“As mulheres aprendem a resignificar suas vidas e desenvolvem um olhar diferenciado sobre si mesmas. A partir de uma qualificação, ganham uma profissão, recuperam a autoestima, o valor perante a sociedade e se veem como cidadãs, aptas a trabalhar, concorrer no mercado de trabalho e levar a vida de forma digna. Saem bonitas, felizes, com apoio e um futuro lindo pela frente. A gente torce muito por elas e não há preço que pague a alegria de vê-las superando as dificuldades que a vida apresenta”, enfatiza Quésia.

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