terça-feira, 11 de outubro de 2011

Presos da PEF2 vão trabalhar em projeto habitacional

 
A Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (PEF II) tem hoje 902 presos. Desse total, 340 já cumpriram parte da pena e estão regime semiaberto, passando o dia fora em local sem grades ou muros, mas deve voltar para dormir. Geralmente esses detentos são encaminhados para a Colônia Penal Agrícola, na região de Curitiba. Como faltam vagas os presidiários de Foz, seguem na penitenciária, mas um termo de cooperação assinado com o Fozhabita, vai mudar essa realidade.

O Instituto de Habitação de Foz do Iguaçu necessita de mão de obra para a recuperação de 150 casas localizadas no conjunto Lagoa Dourada. As residências, que são construídas no sistema de auto-gestão, quando a família beneficiada contrata o pedreiro que será pago pelo Fozhabita, estão inacabadas. Isso prejudica a entrada dos futuros donos desses imóveis.

Com o termo de cooperação entre o instituto e o Fozhabita, num primeiro momento está previsto, que 35 que estão em regime semi-aberto, trabalhem na conclusão das obras e reformas das casas. O número de contratados pode chegar a 65. Segundo o diretor da PEF II, Rodrigo Pereira, os nomes dos primeiros candidatos já estão nas mãos na juíza da Vara de Execuções Penais, aguardando apenas a autorização dela liberando essas pessoas para o trabalho.

“Nós selecionamos apenados que nas entrevistas com nossa assistente social, disseram ter experiência na área da construção civil. Eles serão encaminhados para trabalhar no Fozhabita, que fará a avaliação do desempenho deles. Caso alguém não esteja capacitado será substituído por outro, até que a equipe responsável pelas casas do Lagoa Dourada seja formada”, destacou o diretor.

Rodrigo Pereira disse ainda que na escolha os critérios usados levaram em consideração a seleção dos apenados que já cumpriram uma portaria. São aqueles, por exemplo, que saíram com benefício de voltar em sete dias e realmente retornaram. “Eles terão a oportunidade agora de ter um trabalho digno, como prevê a Constituição”, avaliou Rodrigo.

Numa reunião realizada nesta terça-feira (11), entre a direção da PEF e do Fozhabita, além de diretores e assistentes sociais foram discutidos alguns pontos de logística do termo de cooperação.



Os beneficiados pelo contrato de cooperação vão receber um salário de R$ 408 por mês, pelo trabalho diário de 8 horas, das 8 às 12 e das 14 às 18 horas. Também cada três dias trabalhados representam um de remissão da pena. Ainda está sendo estudado se esses trabalhadores vão contar com um alojamento no local da obra para ficar de segunda à sexta, com volta à penitenciária no sábado e domingo.

O apenado que não se subordinar ao serviço terá o seu vínculo cortado com o Fozhabita. Já aquele que se evadir, isto é não voltar para dormir na penitenciária, vai perder o direito do regime semi-aberto e volta para o fechado.

De acordo com a assistente social do Fozhabita, Veridiana Almeida de Menezes, essa parceria com a PEF, contribuí para a recuperação rápida das unidades que estão com as obras paradas. “Também vamos contar com uma mão de obra barata, que vai no ajudar a dar uma resposta rápida para as pessoas que aguardam essas casas no conjunto Lagoa Dourada”, disse Veridiana.

Os detentos selecionados vão trabalhar nas funções de pedreiro, carpinteiro, pintor, encarregado de obra, armador, servente, eletricista, encanador e meio oficial. Exercendo essas funções eles terão a oportunidade de reinserção e ressocialização buscando com isso reduzir os problemas dentro da penitenciária como ociosidade, falta de qualificação profissional e dificuldade em encontrar emprego após o período de detenção. O objetivo é que o apenado saia da prisão com um trabalho garantido.

Fonte: AMN
Fotos: Tonico Lopes

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