Paraná sobe no ranking de jovens assassinados
Entre as dez cidades com piores índices, Foz do Iguaçu reduz
taxa e ocupa a nona posição
Na média nacional, o crescimento do IHA no período foi de 14%, com a taxa passando de 2,61 para 2,98 mortes por grupo de mil adolescentes. A pesquisa, divulgada ontem pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República, pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e pela organização não governamental Observatório de Favelas, do Rio de Janeiro, leva em conta os dados de 283 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes
Alvo
Risco é maior para jovens homens, negros e suburbanos
A cada mil adolescentes do Brasil, três são assassinados antes de completar 19 anos. A informação é do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) referente a 2010. Também é possível estimar que, caso não haja alterações no cenário atual, mais de 36.700 jovens entre 12 e 19 anos serão mortos por arma de fogo até 2016. O risco é cerca de três vezes maior para adolescentes do sexo masculino, negros e moradores das periferias. De acordo com o levantamento, 45% das mortes de adolescentes no Brasil são causadas por homicídios. Na população geral, os homicídios correspondem a 5,1% das mortes.
O Nordeste foi a região que registrou maior crescimento na taxa. Entre as dez cidades com maior risco de homicídios entre os jovens, cinco estão na região e quatro são na Bahia. Itabuna, no sul do Estado, é a cidade com maior IHA do país, com 10,59 jovens com risco de homicídios para cada mil adolescentes.
Entre as capitais, Maceió apresentou o pior desempenho: 10,15. São Paulo tem o melhor desempenho, com taxa de 1,08. “Há uma transferência da violência das periferias do Sudeste para o Nordeste,” afirmou Ignácio Cano, um dos coordenadores do estudo.
Na contramão
Entre as cidades com o maior índice de assassinatos de adolescentes em 2009 e 2010, Foz do Iguaçu, em 9.º lugar, continua sendo a mais violenta do estado. O município já ocupou a primeira posição no ranking nacional entre 2005 e 2007. Um ano depois, caiu para o quarto lugar, e “no próximo levantamento certamente não estará mais entre as dez cidades mais violentas do país”, arrisca o responsável pela Delegacia de Homicídios, delegado Marcos Araguari.
“Essa redução já era prevista, principalmente se lembrarmos que entre 2005 e 2007 Foz do Iguaçu viveu o período mais crítico da violência. Em 2006, por exemplo, foram registrados 328 assassinatos na cidade, com muitas vítimas menores de idade. No ano passado, tivemos 134 homicídios, menos da metade, e nenhuma vítima com menos de 11 anos”, observa. O delegado atribui a melhora a várias ações preventivas e ao índice de elucidação dos casos de homicídio, que chega a 60%.
Longe dos grandes centros e com uma realidade diferente das regiões metropolitanas mais populosas do país, a localização de Foz do Iguaçu, na fronteira entre o Paraguai e a Argentina, aponta, seria um dos fatores responsáveis pelos altos índices de violência da cidade. “Onde existe pobreza, a opção pelo crime é mais atraente, principalmente em uma região onde a presença do contrabando e do tráfico de drogas e de armas é forte. Quando essa realidade muda, os índices de criminalidade também mudam.”
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para comentar os dados, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
Fonte e Info: Gazeta do Povo
Publicado em 14/12/2012 | Fabiula Wurmeister, da sucursal
Publicado em 14/12/2012 | Fabiula Wurmeister, da sucursal
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