Como na etapa anterior, as 24 detentas da cadeia foram submetidas a exames clínicos nas Penitenciárias Estaduais de Foz I e II — antigo Centro de Detenção e Socialização (CDR). O trabalho foi desenvolvido tanto por profissionais das unidades — médicos, enfermeiros e dentistas — quanto por servidores da Secretaria Municipal da Saúde. "Elas (as detentas) estão sendo pesadas, tendo a pressão aferida. Também está sendo coletado sangue para testes de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), meningite, exames ginecológicos e avaliação dentária, para ver como está a situação bucal delas", listou a vice-presidente do Conselho da Comunidade, Nila Leite. Na primeira etapa de exames, foram detectadas algumas lesões nas gengivas de algumas mulheres, por isso a atenção maior nesta nova fase.
Continuidade
De acordo com Nila, o atendimento a partir de agora será contínuo, com novas fases. Nos trabalhos, além de exames as detentas respondem a um questionário, onde constam tanto dados pessoais, como local onde mora, quem é a família, idade, profissão, para que o Estado tenha mais conhecimento sobre a presa. "Sobre a necessidade delas, se têm alguma doença mais complicada, que necessita de um atendimento melhor".
Além da Laudemir Neves, o programa de prevenção do câncer e de outras doenças voltado às mulheres presas no Paraná atingiu também, inicialmente no Estado, a cadeia de Piraquara. Desenvolvido em caráter piloto, o programa, a cargo do CNJ, em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania e a Rede Feminina de Combate ao Câncer, será levado para outras cidades do país. "Tudo se iniciou aqui em Foz do Iguaçu e já está se trabalhando para se implantar em várias outras cidades do Paraná", adiantou Nila.
Como ressaltou, não se trata de defender o crime que as mulheres cometeram, mas de defender o direito que qualquer preso tem de cumprir sua pena com dignidade, e principalmente na questão da assistência. "E aqui em Foz, não é segredo para ninguém, a cadeia não tem condições de abrigar presos. A estrutura é caótica e os detentos ficam com a saúde muito mais vulnerável ainda".
A meta é, a cada etapa, atender 24 mulheres, até a totalidade das detentas da cadeia pública, que abriga cerca de 120 detentas.
Cadeia
Mais antiga unidade prisional da cidade, a Cadeia Pública Laudemir Neves há anos sofre com a superlotação. Para tentar minimizar o problema desta e de outras unidades espalhadas pelo Estado, o governo federal mantém um processo de transferência da responsabilidade das cadeias da Secretaria da Segurança para a de Justiça. O processo se iniciou no começo do ano.
Em maio, após uma série de vistorias — já visando à melhoria no aspecto da saúde — foi feita uma avaliação na cadeia. Após a vistoria, o diretor-clínico do Complexo Penal do Estado, Carlos Alberto Peixoto Baptista, classificou o local como "inóspito".
Na vistoria, além da superlotação, com seis a sete presas por celas e condições de higiene e saúde precárias, foram encontradas duas presas com tuberculose.
Fonte e Foto: A Gazeta do Iguaçu
Edição: 6895 - 03 de Julho de 2011
Reportagem: Nelson Figueira
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