sexta-feira, 1 de julho de 2011
Presos fazem melhorias em escolas da rede pública
As secretarias da Educação e da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Paraná uniram-se num projeto piloto que visa a qualificação profissional e a inserção social de presos dos regimes fechado e semiaberto. Como primeiro passo da iniciativa, presos de regime fechado da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, estão reformando carteiras de duas escolas do município. Numa segunda etapa, detentos do regime semiaberto deverão fazer trabalhos de manutenção nas próprias escolas.
O projeto prevê a profissionalização dos presos, com cursos de qualificação nas áreas da construção civil, elétrica, carpintaria, pintura e hidráulica, todos realizados com apoio do Senai.
Segundo a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes, “a intenção é profissionalizar os presos e, ao mesmo tempo, fazer com que o trabalho realizado por eles beneficie alunos da rede estadual de ensino".
A fase piloto do projeto envolve os colégios estaduais Mario Braga e Ivanete Martins de Souza, ambos em Piraquara. O Colégio Ivanete Martins de Souza, com 1.900 alunos, foi o primeiro a receber a iniciativa. Quinhentas carteiras escolares foram reformadas, num trabalho realizado por oito presos da Colônia Penal Agrícola de Piraquara.
“A expectativa é que essa parceria resolva as necessidades da escola relacionadas à estrutura física. Queremos ver a continuidade e a expansão desse projeto por todo o Estado”, disse o diretor da escola, Luciano Antunes.
“O projeto tem tudo para dar certo, pela importância que tem para a comunidade e principalmente porque irá atender as escolas públicas que necessitam de assistência”, destaca o diretor geral da Penitenciária Central do Estado, Aclino José do Amaral.
SELEÇÃO – O trabalho de manutenção nas escolas será feito por presos do regime semiaberto, em conjunto com as associações de pais e mestres. Segundo Amaral, os detentos participantes passarão por um processo de seleção que leva em conta critérios como bom comportamento e aptidão. Eles também passam por testes e têm acompanhamento de psicólogos, pedagogos e assistentes sociais. Além disso, passam pela aprovação de membros do Conselho de Tratamento e Classificação e por um período de adaptação que varia entre 10 e 30 dias.
A Secretaria da Educação providencia os materiais necessários, enquanto a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos fica responsável pela qualificação e pagamento dos envolvidos. Além de um pequeno valor em dinheiro, os presos são beneficiados pela remição de pena: cada três dias trabalhados correspondem a um dia a menos na pena.
Fonte e Foto: AEN
01/07/2011 19:10
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