quarta-feira, 27 de julho de 2011

Foz fica fora do ranking das cidades mais violentas do país

Em lista divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios, 12 cidades do Paraná aparecem entre as 100 com maior índice de homicídios por 100 mil ha


Foz do Iguaçu não figura na lista das 100 cidades mais violentas do país apontadas pela CNM. A lista divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios, 12 cidades do Paraná aparecem entre as 100 com maior índice de homicídios por 100 mil habitantes

Nesta semana a Confederação Nacional dos Municípios divulgou um estudo preliminar, com um mapa, de homicídios cometidos com o uso de armas de fogo. A pesquisa leva em conta municípios com mais de dez mil habitantes. O Paraná está na 13ª colocação entre os estados e Curitiba aparece na 9ª colocação entre as capitais, atingindo média de 44,7, seis pontos a menos do índice nacional por 100 mil habitantes.

Num ranking dos 100 municípios mais violentos (de médio e grande porte), 12 cidades paranaenses figuram em colocações que variam entre 8º, com Campina Grande do Sul e 92º como Araucária. Entre elas a única cidade do oeste apontada é Santa Terezinha de Itaipu que apresentou taxa de homicídio de 68,2 por 100 mil habitantes. Foz do Iguaçu não figura na lista das 100 cidades, liderada por Eunápolis na Bahia. Os dados são referentes a 2009.

Entre as cidades paranaenses que entram no ranking (veja quadro abaixo), quatro delas estão localizadas na região metropolitana de Curitiba. Outro dado alarmante está também na verificação de cidades litorâneas que começam a despontar nos índices de violência, como é o caso de Guaratuba.

Numa pesquisa anterior, divulgada pelo Ministério da Justiça, em fevereiro deste ano, com base em dados do Censo 2008, Foz do Iguaçu permanecia com a 52ª colocação no índice de violência e ocupava a 15ª posição no ranking das cidades mas violentas para os jovens.

Na pesquisa divulgada pela CNM, os dados não são especificados somente entre os jovens, mas avalia a violência em cada região de acordo com o número de homicídios verificados. No período de análise, até 2008, a cidade já apresentava queda no número de homicídios. Em 2006 atingiu o maior número já registrado em 1 ano, quando foram contabilizados 327 homicídios. Nos dois anos seguintes os números já haviam caído para 294 e 221, respectivamente. Em 2010, Foz registrou 172 homicídios, o menor índice nos últimos 10 anos.

Dados

Segundo o estudo da CNM, as cidades com melhor programa educacional, por exemplo, têm taxas menores de violência. Da mesma forma as cidades que oferecem melhores condições de saúde, habitação e lazer para seus habitantes, veem decrescer índices de assassinatos entre os mais jovens.

O total de municípios que apresentam médias maiores que a nacional (25 hom./100 mil habitantes) é de 760, com médias variantes entre 25,1 a 107,2 hom./100 mil habitantes. "Esses 760 municípios estão presentes em todas as regiões do país. Trata-se de municípios de todos os portes, com populações que variam de 802 a 10.761.191 habitantes. Nem sempre se trata de municípios violentos, com alta mortalidade, pois a média de homicídios é calculada com base na população e na projeção desta para 100 mil habitantes", aponta o estudo.

Desse montante de municípios, 114 estão localizados em fronteiras internacionais ou próximo a fronteiras internacionais, sendo chamados de municípios linha de fronteira e faixa de fronteira. Tal dado pode indicar a interferência do crime organizado nessas municipalidades, decorrente do intenso tráfico de drogas, de armas e de pessoas que passam por essas regiões. Na pesquisa divulgada, os números específicos de Foz não aparecem.

Ao apontar Santa Terezinha, percebe-se que junto à cidade outros 47% dos municípios classificados como violentos, são de pequeno porte. "Tais localidades são exceções e contrariam a tendência dos municípios pequenos de apresentarem índices baixos ou nulos de homicídios". A maioria dessas pequenas cidades está na região Centro-Oeste, no Mato Grosso do Sul. O segundo estado a abrigar parcela significativa desses municípios é o Paraná. "O fato de acontecer dois ou três homicídios por ano nesses municípios pequenos permite que suas médias por população fiquem bem altas".


Esforços

A pesquisa ainda aponta que, embora os municípios não tenham um papel determinante na organização e na administração da segurança pública, eles podem, em contrapartida, atuar na prevenção e na diminuição da criminalidade local. "A redução da violência não requer apenas os esforços do sistema de segurança pública e de justiça criminal. Pode haver também um trabalho conjunto nessa trajetória, que envolve diretamente os gestores municipais em parceria com a comunidade local".

O documento considera que a participação efetiva do poder municipal no momento da prevenção à violência é essencial, principalmente no que tange à prevenção primária. Esse tipo de prevenção envolve ações focadas em fatores sociais, econômicos, psicológicos e ambientais. Como exemplos dessas ações, foram citadas as políticas públicas de geração de empregos, de inclusão social, de renda mínima, de saúde pública, de inclusão escolar e combate ao abandono escolar, de revitalização de espaços públicos, particularmente nas áreas de risco ou de exclusão, entre outras".

Veja as 12 cidades paranaenses com maior número de homicídios por arma de fogo(taxa por 100 mil habitantes)

8º Campina Grande do Sul (81,5)
9º Piraquara (81,3)
10º Almirante Tamandaré (81)
11º Fazenda Rio Grande (80,4)
14º Iporã (78,8)
22º Guaratuba (76,2)
23º Pinhais (76,1)
33º Rio Branco do Sul (69,4)
38º Santa Terezinha de Itaipu (68,2)
57º Guaíra (60,7)
91º Colombo (51,8)
92º Araucária (51,7)


Fonte: Gazeta do Povo

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