domingo, 23 de agosto de 2009

Atividades do CCFI na mídia

Visitas às prisões voltam cercadas de cuidados
Suspensa desde 5 de agosto, devido à gripe A, visitação retornou no final de semana com ações preventivas

Três finais de semana depois de ter sido suspensa por determinação da Vara de Execuções Penais (VEP), a visitação às unidades prisionais de Foz do Iguaçu voltou nesse final de semana cercada de ações preventivas contra a gripe A (H1N1). Temporariamente impedidos de visitar seus parentes, para evitar a transmissão da doença, os familiares puderam manter contato com os presos depois de passar por uma triagem e receber informações a respeito da doença. O trabalho, liderado pelo Conselho da Comunidade, teve a participação de instituições públicas e privadas.

Pelo menos 15 pessoas participaram dos trabalhos preventivos, desenvolvidos em barracas montadas em frente à Cadeia Pública Laudemir Neves, ao Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) e à Penitenciária Estadual (PEFI). Dentre elas, profissionais cedidos pela Secretaria Municipal da Saúde, CCZ, Unioeste, Pastoral Carcerária, SESC, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e do grupo Missão Liberdade, além de pedagogos e assistentes sociais.

"(Na cadeia pública) tivemos uma receptividade muito boa pela unidade e também pelos familiares, pois como é prevenção, eles entendem que é para o bem deles, e de quem está fechado. Não tivemos problema nenhum", disse a presidente do Conselho da Comunidade, Luciane Ferreira. Apenas no ‘cadeião’, 122 pessoas, entre homens e mulheres adultos, foram recepcionados pelos voluntários.

Triagem


Em todas as três unidades prisionais, os profissionais e voluntários realizaram um atendimento único, seguindo um protocolo elaborado pela equipe de enfermagem. Tão logo os familiares chegaram, foi solicitado que lavassem as mãos, em pias montadas nas barracas. Em seguida, foi fornecido álcool em gel, para garantir a assepsia. Posteriormente, foram entregues máscaras e repassadas orientação verbal e por meio de material informativo. A temperatura dos visitantes também foi medida. Caso estivesse acima de 37,5º, a entrada era impedida. A mesma estrutura, nas três unidades, será montada novamente nos próximos três finais de semana.

Como explicou uma das enfermeiras que atuou no trabalho, mesmo as pessoas sem febre receberam a informação de que, caso estivessem com tosse, dores no corpo ou outro sintoma de gripe, era apelado à consciência para que não ingressasse ao estabelecimento.

Trabalho semelhante teve de ser dirigido a uma grávida, que recebeu tratamento diferenciado ao tentar entrar no CDR — que no sábado contava com 740 detentos. "Permitimos a ela que permanecesse dez minutos, pois havia quatro finais de semana que ela não via o marido. Ela foi a primeira a ser atendida, longe dos demais, entrou primeiro e foi aguardado que ela saísse da unidade para os outros entrarem. No início, por ser uma pessoa muito simples, ela teve dificuldade de entendimento, mas depois percebeu que era para o bem dela, por estar no oitavo mês de gravidez, correndo muito risco. Por isso, teve toda a orientação e compreendeu", informou Luciane.

Ainda em relação ao CDR, 60 pessoas ingressaram para visitar parentes apenas no período da manhã. Já durante o período da tarde, 80 pessoas foram até a unidade.Boa parte composta por crianças. Na PEFI, foram 48 que visitaram os detentos.

Além da informação, repassada na entrada das unidades, os cuidados foram estendidos à saída dos visitantes. Foram colocadas lixeiras para descarte do material distribuído. "A meta é não fazer sujeira e que haja o risco de crianças, por exemplo, quererem brincar com as máscaras. É todo um trabalho de procedimento mesmo, elaborado pelo pessoal de enfermagem", disse Luciane.

A prevenção à gripe nas unidades iniciou-se tão logo começou essa pandemia. Em 8 de junho 325 presos da cadeia pública foram vacinados. A ação foi idealizada devido à inexistência, no local, de equipe de profissionais de saúde. Já na CDR e PEFI, que mantêm estes profissionais, as ações foram realizadas por eles.

Fonte: A Gazeta do Iguaçu (24.08)

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