Abertura da Oficina de Tuberculose e Conselhos da Comunidade - "Construindo Parcerias"
A presidente e a secretária do Conselho da Comunidade de Foz do Iguaçu, Luciane Ferreira e Fabiula Wurmeister, participaram nos dias 8 e 9 de agosto, em São Paulo, da Oficina "Conselhos da Comunidade e TB: Construindo Parcerias”. O encontro tem o objetivo de discutir formas de colaboração para o controle da tuberculose em ambientes prisionais junto aos conselhos das comunidades de todo o país.
Participantes da oficina de prevenção e controle da TB promovido pelo Ministério da Saúde
Também foram convidados para o evento representantes dos conselhos da comunidade, coordenadores dos programas de Controle da Tuberculose e coordenadores de saúde prisional dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O mesmo já aconteceu em junho na cidade de Recife (PE).
Durante a oficina o coordenador adjunto do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde, Fabio Moherdaui, apresentou um panorama geral da tuberculose no país e no sistema prisional - onde a incidência chega a ser 27 vezes maior - para que os conselheiros conhecessem a doença e os dados epidemiológicos que resultou na construção de um plano de trabalho conjunto para ser executado nos estados.
Fabio Mohedaui fez um balanço dos casos de TB no Brasil e no sistema prisional
Além da alta taxa de incidência que afeta a população privada de liberdade - 6,7% dos casos de TB registrados em todo o país - o número de mortes e o elevado índice de abandono do tratamento são alguns dos desafios a serem vencidos pelas equipes de saúde. No Paraná, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), de cada 100 infectados que desenvolvem a doença, 11 estão nas cadeias e presídios. O estado ficou em segundo lugar no ranking nacional de óbitos por TB entre os encarcerados em 2010, com 13,2%, atrás apenas do Rio Grande do Norte (14,3%) e bem acima da média nacional de 4,1% de mortes entre os pacientes.
A interação entre os conselhos da comunidade e governo são essenciais na garantia dos direitos mínimos dos encarcerados, observou a ouvidora do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, Valdirene Daufemback. Essa relação é ainda mais importante quando se trata de saúde, tanto na prevenção como no diagnóstico e cura de doenças, completou. Valdirene fez questão de afastar alguns mitos que rondam o sistema prisional brasileiro como de que o Brasil pune pouco (quantitativamente) e mal (qualitativamente).
A ouvidora do Depen, Valdirene Daufemback, destacou a importância dos conselhos da comunidade na integração com os demais órgãos para a prevenção de doenças
"Temos a quarta maior população carcerária do mundo, com mais de 500 mil detentos, depois dos EUA (2,2 milhões), China (1,6 milhão) e Rússia (825 mil). Em visita a algumas unidades, nos deparamos com situações deploráveis." Metade dos mais de 515 mil detidos nas 1,8 mil unidades prisionais do país têm menos de 30 anos. Outro dado que chama a atenção é o aumento significativo na proporção de mulheres presas: de 2003 a 2007, o crescimento foi de 7,69% entre os homens e 11,19% entre as mulheres. "O maior perigo da criminalidade não é o crime, mas a possibilidade de seu combate se transformar em crime", frisou a ouvidora ao falar sobre a importância do envolvimento em mais este problema social.
Segundo a coordenação do encontro, empoderar os Conselhos é de extrema importância para que estes possam apoiar e supervisionar a implementação das ações de controle da tuberculose entre a população privada de liberdade, conforme as recomendações do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT).
Sérgio (CC de Pinhais), Luciane e Fabiula (CC de Foz), Carmen (Seju), Chica (Sesa) e Reneudo (CC de Pinhais)
Características da tuberculose:
Transmissor: bacilo Mycobacterium tuberculosis
Sintomas: tosse persistente produtiva (muco e eventualmente sangue) entre duas e três semanas, febre vespertina, sudorese noturna e perda de peso
Contágio: direto, pelas vias respiratórias
Diagnóstico: exame de escarro (baciloscopia), raio X de tórax, cultura de bactéria
Prevenção: manter os ambientes bem iluminados e ventilados
Tratamento: medicação à base de antibióticos durante seis meses e exames periódicos a cada mês. É extremamente imoortante não interromper o tratamento para que a bactéria causadora da tuberculose não crie resistência
Foto e Texto: Fabiula Wurmeister
Com Blog da Tuberculose
1 comentários:
Muito bom! Parabéns pela iniciativa e ação!
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