Objetivo é capacitar os detentos para o processo de reinserção ao mercado de trabalho
O Centro de Detenção e Ressocialização de Foz do Iguaçu vai abrir este ano novos cursos de qualificação profissional. A informação foi repassada pela diretoria do CDR, que desde a fundação, em 2008, trabalha com projetos sociais voltados a reinserção dos presos ao mercado de trabalho.
Segundo o advogado Alexandre Calixto, estão previstos cursos de aperfeiçoamento na área da construção civil, como eletricista predrial, marceneiro, azulejista, pedreiro e mestre de obras.
Para oferecer a qualificação, a unidade conta com a parceria do Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), que atualmente ministram aulas de alfabetização e ensino fundamental, além de cursos profissionalizantes como corte e costura, carpinteiro e eletricista.
Para Calixto, o projeto - baseado no programa desenvolvido pelo Conselho Nacional de Justiça - ganhou atenção especial da comunidade e especialmente dos empresários, que apoiaram a causa e abriram as portas para dezenas de detentos e ex-detentos de Foz do Iguaçu.
"O projeto está indo muito bem. As empresas estão mais conscientes e abrindo vagas. Os trabalhos de reinserção devem continuar normalmente para completarmos as 300 vagas", afirmou.
Emprego
Segundo ele, participam do projeto apenas presos em regime semi-aberto (aqueles que cumpriram 1/3 da pena e podem trabalhar durante o dia, voltando ao Centro de Detenção para dormir). Atualmente, cerca de 60 presos estão trabalhando formalmente em empresas de Foz do Iguaçu e municípios vizinhos. "A maioria das vagas são voltadas para as áreas da metalúrgica, construção civil, órgãos públicos e cooperativas, que hoje são as empresas que mais contratam detentos e ex-presidiários", afirmou. Atualmente, 900 presos cumprem pena no Centro de Detenção em Foz. Destes, cerca de 300 estão em regime semi-aberto. Antes de serem selecionados para a lista de contratação, os detentos passam por análises de comportamento, onde especialistas analisam o perfil psicológico do preso e a aptidão ao trabalho.
Superação
Conforme divulgou recentemente a reportagem de A Gazeta do Iguaçu, o apoio da sociedade e do poder público colabora diretamente para a diminuição dos casos de reincidência criminal. No ano passado, de cada dez presos que recebiam a liberdade do Centro de Detenção e Ressocialização (CDR), quatro voltavam a cometer crimes. Apesar de alarmantes, os dados são menores se comparados a outras cidades do estado, onde de cada dez presos, oito voltavam para a cadeia.
De acordo com Alexandre Calixto, os números de reincidência só poderão diminuir com ajuda da população. "Quando a pessoa sai batendo de porta em porta e não tem oportunidade, é quase como induzi-lo ao crime. Se não houver envolvimento da comunidade, todo o trabalho será perdido", concluiu.
Fonte: A Gazeta do Iguaçu
Texto: Thays Petters
Fotos: Kiko Sierich
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