terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A virada “homem do crochê” uma história de superação


                                        virada “homem do crochê” uma história de superação

Se você tem como caminho diário a Avenida JK, já deve ter notado que ali, quase sempre na parte dos canteiros, tem um homem fazendo crochê. Um trabalho manual geralmente desempenhado por mulheres, se tornou o ofício e ganha-pão de Marcos Ziemann.

Natural de Cruzeiro do Oeste, Marcos, hoje com 40 anos, já passou por muitas coisas em sua vida. Divorciado, tem um filho de 20 anos e há quatro meses reside em Foz. Antes, como contou ao Cidade Foz, morou em vários lugares.

Entre idas e vindas, a Terra das Cataratas por quase dez anos, é o lugar para onde Marcos sempre volta.

A história

Um homem como Marcos desperta curiosidade, não? Convidamos você a conhecer um pouco da história dele, um misto de perseverança, sonhos e esperança.

Desde muito cedo, ainda criança, começou a trabalhar para ajudar no sustento de casa. Aos sete anos deu início como vendedor de sorvete. Depois foi cobrador, guarda-costas, enfim, desempenhou outras profissões até que o alcoolismo deu outro rumo a sua vida.




 O interesse pelo crochê surgiu quando era detento no interior de São Paulo. Marcos conta que o álcool e as drogas acabaram com tudo o que tinha. Quando se viu sem nada, começou a praticar assaltos para sustentar o vício. “Eu fazia muita coisa errada, bebia, dava vexame, humilhava a mim e as pessoas, e no outro dia eu acordava arrependido. Sempre pedia a Deus para que me ajudasse, até que fui preso. Ali, onde não existia drogas, álcool e prostituição, tudo começou a mudar. Mesmo tendo alguns anos para cumprir, eu só agradecia a Deus”, desabafa.



Ele conta como estar dentro de uma penitenciária é difícil, principalmente pelo tempo, que parece não passar, “tudo é muito lento”. Ao ver outro detento fazendo crochê, decidiu que ocuparia o tempo com a mesma atividade. Foi a partir daí que a paixão surgiu, e segue há 16 anos.

“É um trabalho que mexe com o ego. Ao terminar uma peça, as pessoas começam a elogiar e isso fica na minha mente como algo bom, criado por mim. Porque no mundo do crime, você faz coisas ruins e feias. Em contrapartida, comecei a aprender algo que resultou em elogios. O processo é lento e difícil. Ainda estou evoluindo, é uma luta diária, espero ser bem melhor do que sou. Acredito que estou no caminho”.




Reconstruindo a vida

Durante o tempo em que esteve preso, ele terminou o ensino médio e passou a gostar de ler. Através da leitura, apaixonou-se por Filosofia.

Em março, vai realizar uma prova seletiva para o curso de pré-vestibular da Unila, e almeja fazer a prova do Enem para com bolsa integral fazer um curso de graduação.

“Meu objetivo é ser, porque quando era ter, tive a “dor de cabeça, né?! brinca. Então, ser melhor todos os dias, e me capacitar intelectualmente para quem sabe um dia, dar aulas, compensar toda a inutilidade da minha vida até agora e lá na frente ser motivo de orgulho para meu filho”.


Para conhecer


De segunda a segunda das 7h às 19h, no canteiro da JK, próximo a Confeitaria Jauense.

O preço do artesanato é estipulado conforme o tempo de confecção de cada peça.

Fonte e Fotos : Cidade Foz

 Da Redação com Rafaelle Gerhardt - estagiária de jornalismo

2 comentários:

Unknown disse...

NOSSA É MARAVILHOSO VER COMO PODEMOS SER MELHORES, QUE DEUS ABENÇOE.

Unknown disse...

Um grande exemplo de superação, sempre podemos melhorar, que Deus o abençoe todos os dias.

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