quarta-feira, 31 de março de 2010
Dia de ação social no Cadeião atende detentas
O Conselho da Comunidade na Excução Penal em parceria com a Prefeitura de Foz do Iguaçu, Sest/Senat, Sesc, Acifi, Itaipu Binacional, Provopar e Consulado do Paraguai, promoveram ontem um dia de ação social para as detentas da Cadeia Pública Laudemir Neves em comemoração ao Mês da Mulher. A presidente do Conselho da Comunidade, Luciane Ferreira, explica que a idéia é dar dignidade às cerca de 160 presas através do embelezamento e maior qualidade de vida.
Mais de 50 voluntários trabalharam durante todo o dia de ontem para que as presas tivessem corte de cabelo, exames médicos ginecológicos, oftalmológicos e laboratoriais. "Em breve nós voltaremos com os remédios necessários. Nós iremos providenciar com as secretarias municipais e com o núcleo regional de saúde", apontou Luciane. Segundo ela, os serviços mais procurados pelas presas foram os de atendimento médico. "É muito difícil elas saírem daqui para serem atendidas. Elas precisam de autorização judicial e depois escolta policias, é muita burocracia", contou Luciane que já esta trabalhando para que esse evento, que ocorreu em 2009 no mês da mulher e dia das mães, também se repita em maio deste ano. Um Dia da Saúde para os homens do Cadeião, penitenciária estadual e Centro de Detenção e Ressocialização também está sendo planejado pelo Conselho.
Maria Aparecida Carmem de Lima, de 22 anos, presa há 1 ano e dois meses, estava feliz com o novo penteado. Ela contou sobre as dificuldades em ter acesso a uma consulta médica e por isso a importância de ações como a de ontem. Muito mais do que isso, ela se mostrou extremamente grata por saber que não foi esquecida pela sociedade. "É muito bom e importante saber que não estamos esquecidas aqui dentro", declarou. Ela se mostrou muito animada com as duas cestas básicas, com direito à bolachas, bombons, leite e outras coisas e com o kit de higiene pessoal. "Chegou no dia em que eu mais precisava", afirmou Maria.
Luciane explica que o estado não fornece produtos de necessidades básicas da mulher como absorventes higiênicos e que por isso o Conselho da Comunidade fornece para as presas. "Eu já recebi outras vezes do conselho e isso ameniza bastante nossas necessidades aqui", contou a detenta que sonha em ajudar outras presas quando estiver do lado de fora.
Ajuda da Sociedade é imprescindível para a ressocialização
Para o delegado-chefe da 6ª SDP, Alexandre Macorin, iniciativas como esta contribuem para o trabalho de recuperação. "Muitas vezes o estado não consegue fazer o necessário para a ressocialização e o Conselho da Comunidade busca isso", observou o delegado ressaltando a importância da construção da penitenciária feminina estadual. "As condições em que elas permanecem presas vão determinar com elas sairão daqui e em uma penitenciária estadual elas terão muito mais funcionários para atendimentos médico e odontológico", concluiu o delegado.
Apoiaram a ação o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, OAB/Foz, Pastoral Carcerária, Lyons Itaipu, Cadeia Pública Laudemir Neves, Centro de Detenção e Ressocialização e Penitenciária Estadual de Foz.
Fonte: A Gazeta do Iguaçu
Edição: 6521 - 31 de Março de 2010
Samyra Nassar
Foto: Kiko Sierich
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