68% das prisões fundamentam-se em delitos do Código Penal
LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*
**Diante da análise dos números atualizados pelo
DEPEN
– Departamento Penitenciário Nacional, em dezembro de 2011, o Instituto de
Pesquisa e de Cultura Luiz Flávio Gomes concluiu que 68% dos
crimes cometidos pelos 514.582 presos existentes no país estão
tipificados no Código Penal.
Isso porque no indicador que totaliza 493.684
(tentados ou consumados) cometidos pelos detentos em questão, 335.696
(ou 68%) tratam-se de crimes previstos no Código
Penal, enquanto os 157.988 (ou 32%) restantes
tratam-se de delitos previstos em leis específicas.
Uma justificativa para este panorama é a de que
no Código Penal encontram-se os chamados crimes clássicos, que medem o padrão
médio de moralidade e de ideologia da sociedade, tais como o homicídio, o roubo
e o estupro, por exemplo.
Frise-se ainda que, 71% (ou 240.642)
desses 335.696 delitos tratam-se de crimes contra o patrimônio (dentre
os quais estão o roubo, furto, o estelionato, etc). Ou seja, crimes de
cometimento massivo, em geral praticados nas ruas e envolvendo diferenças
sócio-econômicas.
Assim, um pequeno grupo de crimes do Código Penal,
destacando-se os crimes contra o patrimônio, se mantêm responsáveis pela maioria
das prisões no Brasil.
Uma conclusão que se relaciona a indicadores
sociais e, sobretudo à necessidade de urgentes investimentos em medidas de
prevenção, e sobretudo, em políticas sociais eficazes, direcionadas para a
educação, saúde, igualdade de oportunidades e melhor distribuição de renda no
país.
*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da
Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz
Flávio Gomes e co-diretor da LivroeNet. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983),
Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me no facebook.com/professorLFG, no
blogdolfg.com.br, no twitter:
@professorLFG e no YouTube.com/professorLFG.
** Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada e
Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.
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