Presídios: taxa de ocupação de 1,68 presos por vaga
LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*
**Contabilizando 514.582 presos,
ante um total de 306.497 vagas em suas unidades prisionais ao
final de 2011, de acordo com os levantamentos do Instituto de Pesquisa Luiz
Flávio Gomes, baseados nos dados do DEPEN
(Departamento Penitenciário Nacional), o Brasil passou a apresentar uma taxa
de ocupação de 1,68 presos por vaga em suas prisões.
Até 2010, com uma taxa de ocupação de 1,64, o
país ficava atrás apenas da Bolívia, que possuía uma taxa de 1,66 presos por
vaga. Porém, com a nova taxa, o Brasil se tornou o
campeão latino-americano em déficits de vagas
prisionais.
Ao final de 2011, o número de detentos
superou em 68% o número de vagas existentes no país. E a consequência
foi o alojamento de 43.328 detentos em delegacias de
Polícia.
Assim sendo, para que o déficit de vagas atual
fosse sanado, seria necessária a construção de 417 estabelecimentos
penais no país, com capacidade para 500 detentos cada.
Todavia, equivocado é afirmar que a deficiência
de vagas se justifica na falta de investimentos em construções de presídios, já
que entre 1994 e 2009 o número de prisões construídas no país
cresceu 253% (Veja: BRASIL:
país que constrói mais presídios que escolas está doente).
Nesse sentido, o crescimento no número de
detentos é tão desenfreado (entre 1990 e 2011 ele foi de 472%)
e a desorganização quanto à situação dos presos é tão constante, que não importa
quantos estabelecimentos sejam construídos, eles não são capazes de suprir o
número de encarcerados (Veja: Sistema
penitenciário mantinha mais de 21 mil presos irregulares).
Por isso que a reestruturação das unidades
prisionais, o aperfeiçoamento do acompanhamento das execuções existentes e
maiores investimentos em medidas de prevenção e políticas sociais são essenciais
para o desafogamento do sistema prisional, para a diminuição da reincidência e
para a viabilização da reintegração social no Brasil.
*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da
Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz
Flávio Gomes e co-diretor da LivroeNet. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983),
Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me no facebook.com/professorLFG, no
blogdolfg.com.br, no twitter:
@professorLFG e no YouTube.com/professorLFG.
** Colaborou: Mariana Cury
Bunduky – Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio
Gomes
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