Crescimento de mulheres nas prisões é desenfreado
LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*
**Os últimos levantamentos do Instituto de
Pesquisa e de Cultura Luiz Flávio Gomes (IPC-LFG), baseados nos novos
números do DEPEN
(Departamento Penitenciário Nacional), de dezembro de 2011, apontaram que,
totalizando 480.524 detentos, num universo de 514.582 presos,
os homens compõem a maioria
(93,4%) de detentos do país.
Dessa forma, a criminalidade e a punição
atingem mais frequentemente os homens do que as mulheres no país.
Prova disso são os resultados de pesquisas
envolvendo índices de agressões e homicídios, que demonstram que os homens
realmente são os mais vitimados (Veja: Homens
e jovens: Principais vítimas de homicídios no país e 2,5
milhões de pessoas foram agredidas em 2009).
Todavia, apesar de constituírem a minoria dos
presos (6,6%), as mulheres compõem cada vez mais os presídios e
penitenciárias do Brasil. Nos últimos onze anos (2000-2011), a quantidade de
homens presos cresceu 116%, enquanto o número de
mulheres presas cresceu 234% (visto que em 2000 havia
10.112 presidiárias no país).
Assim, no mesmo período, o montante de mulheres
presas aumentou 3,4 vezes, ao passo que o de homens presos
aumentou 2,2 vezes.
Evidencia-se, portanto, uma gradativa inserção da
mulher na população prisional, sobretudo em decorrência do universo das drogas,
como já constatado em levantamentos anteriores (Veja: 60%
das prisões femininas são causadas por entorpecentes).
Um reflexo de que a falta de investimentos em
políticas sociais e em medidas de prevenção, unidas ao conservadorismo
punitivista, acabam por expandir a marginalização e o encarceramento feminino no
país.
*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes e co-diretor da LivroeNet. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me no facebook.com/professorLFG, no blogdolfg.com.br, no twitter: @professorLFG e no YouTube.com/professorLFG
** Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada e
Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes
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